Páginas

domingo, 10 de outubro de 2010

Um candidato original

Abelardo Barbosa, o Chacrinha, dizia que na TV nada se cria e tudo se copia. Na política não precisa ser assim, não é mesmo? A campanha para governo do Estado na Paraíba está no segundo turno. O candidato Ricardo Coutinho do PSB/DEM/PSDB começou a campanha dizendo que o povo da Paraíba “não se rende e não se vende”, palavras na verdade da alagoana Heloísa Helena.

Em seguida, falou que a “esperança venceu o medo” referindo à sua vitória parcial no primeiro turno com um pouco mais de oito mil votos de diferença. Esta frase foi dita pela presidente Lula em 2002 respondendo a “eu tenho medo” dita pela Regina Duarte a serviço do PSDB/DEM, os aliados de Ricardo Coutinho na Paraíba de agora. Fazer campanha da esperança junto com aqueles que fazem a campanha do medo não é complicado?

Continuando o seu “criativo” discurso, o candidato de José Serra na Paraíba disse que quer ser eleito para fazer o Estado crescer “quarenta anos em quatro”. Será que tem alguma coisa a ver com a famosa palavra de ordem desenvolvimentista do presidente JK que dizia o Brasil cresceria “cinqüenta anos em cinco”? Complicado mesmo é ter projeto desenvolvimentista indo para o segundo turno com os votos dos neoliberais.

Por fim Ricardo Coutinho falou que a “verdade libertará” a Paraíba com a sua vitória. Tudo bem que graças às baixarias da campanha de José Serra e Marina Silva, propagando mentiras de cunho moral e religioso a campanha presidencial foi para o segundo turno. Tudo bem que a adoração de personalidade realizada pelos ricardistas é um fenômeno bem conhecido na Paraíba, mas se comparar a Jesus Cristo na falta de discurso próprio já é um pouco demais, não acha? Ah, não preciso dizer que nenhum crédito foi dado aos verdadeiros pais das idéias centrais do discurso do candidato.