Nos anos
Quem está perto dos 30 anos ou já passou um pouquinho desta idade pôde cantar os versos do Trem da Alegria: “Eu tenho a força/ Sou invencível/ Vamos amigos/ Unidos venceremos a Semente do Mal”. Sim, houve uma única vez em toda a história
Apenas a ascensão de uma força tão maligna, como o nazismo ou fascismo, pode justificar uma aliança entre forças tão antagônicas. E como no desenho animado, sempre de forma pontual, passageira e extremamente rara. Penso que alianças eleitorais entre forças tão distintas, em plena vigência das regras do jogo democrático, é uma nova Semente do Mal, de tão esdrúxulas que são.
Espera-se que a democracia seja fortalecida com o debate entre idéias, com a formação política, a clareza de projetos, a transparência de legítimos interesses. Alianças entre “esquerda” e “direita” apenas reforçam a idéia de que tudo é mais do mesmo, que não adianta acreditar na política e camuflam interesses particulares, colocando o privado acima do público. São daninhas para a democracia estas alianças porque, em longo prazo, levam à desmoralização da política e dão margem para saídas autoritárias.
No caso do Brasil há um detalhe em nível federal que é o que Sergio Abranches chamou de presidencialismo de coalizão. Temos um sistema presidencialista com elementos parlamentaristas. O presidencialismo venceu em 1993
Acredito que uma estratégia de esquerda deve criar situações em que não se fique refém desta necessidade de governabilidade. Deve sim buscar sua sustentação nas mobilizações e organizações populares. Precisamos criar uma nova institucionalidade que nos permita resolver problemas históricos, como a reforma agrária e monopólio dos meio de comunicação. Essa nova institucionalidade não será construida a partir de alianças com os mesmos que fizeram essa democracia sem povo no Brasil. A candidatura do PT deveria buscar fortalecer-se a partir do bloco democrático e popular. Portanto, a saída é sempre pela esquerda.
Nos Estados então, não há nenhuma justificativa para alianças espúrias, a não ser os projetos pessoais de novos Esqueletos, que criam novas Sementes do Mal. O Esqueleto era obcecado pelo poder e fazia de tudo para chegar ao Castelo de Grayskull.