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terça-feira, 18 de maio de 2010

Domingo à noite

O domingo à noite é uma madrugada perene. É quando nos lembramos da época do colégio ou daquele desespero que tomava conta da gente quando terminava o fim de semana e haveria o retorno ao colégio na segunda-feira seguinte. Domingo à noite tem cheiro de nostalgia e gosto de "já acabou?". A trilha sonora do domingo à noite é aquela musiquinha do final do Fantástico ou as do programa do Silvio Santos, que são o exórdio de nosso sono a contra-gosto.
No domingo à noite a solidão é democratizada. Todos pensamos no que deveríamos ter feito e no que queremos fazer. Fazemos planos e tentamos programar alguns sonhos. Já deitados, na cama ou no sofá, lembramos de pessoas, de ocasiões, de textos a serem lidos, de coisas a serem ditas, de antigos comerciais de TV, de cenas de filmes ou de novelas, de músicas e de lugares...
O domingo à noite é uma "cabeça ao travesseiro". As nossas máscaras ou personas ganham folga também. Jantamos as sobras do almoço ou comemos pizza. No último turno do primeiro dia da semana sentimos, muitas vezes, algum medo do desconhecido futuro, ou, simplesmente capotamos de tão cansados da praia ou da farra dos dois turnos anteriores. Como mentimos para nós mesmos nos domingos à noite, dizendo "amanhã começo!" E o pior, geralmente acreditamos!
O som do silêncio do domingo à noite é envolvente. Na rádio tocam músicas antigas que nos fazem viajar no tempo... O superego fica mais frágil. A imaginação, mais fértil. Sempre procuramos os nossos motivos... Para alguns, esse período é extremamente inquientante, porque, inevitavelmente, sempre nos encontramos com quem de fatos somos. Espera o próximo domigo à noite para você ver...