O presidente venezuelano Hugo Chávez acaba de romper relações diplomáticas com a Colômbia após acusação de seu presidente, o direitista Álvaro Uribe, durante reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) de que a Venezuela apóia e esconde guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Não é novidade, vide Bush em 2001, que a escolha ou identificação de um inimigo externo serve para arregimentar ou dar coesão às forças internas. No caso de Uribe, em fim de mandato, é uma tentativa de permanecer relevante na política colombiana e continuar aglutinando o grupo social conservador que o deu apoio durante seu mandato.
Outro elemento depreendido da duvidosa acusação colombiana é o alinhamento com a política externa dos Estados Unidos. Os Yankees não só puseram a IV Frota em movimento no Atlântico Sul, como têm instaladas na Colômbia bases militares sobre o pretexto de combater o narcotráfico.
No Brasil, o presidenciável neoliberal José Serra fez acusações à Bolívia, de que ela permite a entrada em nosso país de grande parte das drogas ilícitas aqui consumidas. Será que ele vai sugerir bases militares do Brasil na Bolívia também? Porque, conclui Serra, o Brasil tem sido complacente com a leniência do governo boliviano com os negócios brasileiros naquele país e que é um erro o BNDES está investindo no país de Evo Morales.
Somem-se a isso as recentes declarações do vice-presidenciável na chapa de Serra, o deputado federal pela UDN-ARENA-PDS-PFL-DEM do Rio de Janeiro, Índio da Costa, mais conhecido como o famoso quem, de que o PT tem ligação com as FARC lá na Colômbia.
Levando em conta a terceira lei de Newton, a direita em nosso continente reage, não deixando dúvidas de que o atual momento político é de polarização. Há muito em jogo, já que uma América Latina majoritariamente progressista interfere positivamente em toda política internacional, apresentando alternativas ambientais, econômicas e sociais às demais partes do globo e fortalecendo os laços SUL-SUL, entre os países do hemisfério mais fragilizado na ordem capitalista.
A vitória da candidatura de Dilma Rousseff, que tem apoio declarado de Hugo Chávez, é de fundamental importância para acuar as forças neoliberais e permitir o avanço do campo democrático e popular, no Brasil e na América Latina.