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sábado, 24 de julho de 2010

Atenção e canja de galinha não fazem mal a ninguém

Dentro das regras do jogo de uma democracia que não é democrática nenhuma ou pouquíssimas mudanças podem ser operadas. A eleição de Barack Obama, em meio à maior crise do modo capitalista de produção desde 1929 indica ao mesmo tempo desgaste do liberalismo econômico e domesticação das tentativas de modificação, mesmo que nos moldes do capitalismo. Para os Republicanos aliados de Bush Obama é um socialista.

Pensando no lobby, atividade legal nos EUA, realizado pela indústria bélica junto à secretaria de defesa do governo estadunidense lembra-se do que canta Renato Russo em A canção do Senhor da Guerra: “a guerra gera emprego, aumenta a produção (...) sempre avança a tecnologia” de modo que, sempre a guerra é alternativas às crises econômicas.

Atualmente, o Império do Norte, mesmo que não tenha mais força para impor a pax americana encontra-se em empreendimento bélico no Médio Oriente contra o “terrorismo”, ensaia exercícios perto da Coréia contra atrevimentos “nucleares” e certamente pode voltar-se para a América Latina contra as “drogas”, mas sempre garantindo mercados, sem aspas. Afinal, alguém acha que os nossos recursos naturais, entre eles os hídricos, não seriam transformados também em mercadorias? Espero que os privatizadores do PSDB e seus sucursais do PV não nos governem para que tenhamos um tira teima.

Como ele advinhou?

Ontem o instituto Vox Populi divulgou pesquisa em que a Dilma aparece com 41% e o Serra com 33%, ou seja, 8 pontos percentuais de diferença. Em seu portal o jornalista Paulo Henrique Amorim antecipava que Serra iria reagir, no Datafolha. E eis o que disse PHA:

"O Jornal da Band divulgou pesquisa da Vox Populi.

Dilma está na frente: 41 a 33.

Serra não sai dos 30% desde 2002.

Na espontânea, ou seja, quando o entrevistado toma a iniciativa de dizer em quem vai votar, Dilma ganha de 28% a 21%.

O candidato mais “rejeitado” é jenio.

Mas, isso vale por um dia.

Serra vai reagir de hoje para amanhã.

O Datafolha mostrará que Serra, na verdade, já ganhou a eleição.

É o que o Serra chama de “empate técnico”.

Aliás, para o Datafolha e o Globope o Serra já ganhou a eleição desde 2002".

E bingo!

"Em menos de 24 horas, o jenio reagiu.

Na sexta-feira à noite, ele sofria uma derrota acachapante de 41 a 33 – Dilma bate Serra por oito pontos, mas Serra vai reagir no Datafalha.

No sábado de manhã, a Folha (*) registra o tal “empate técnico” entre Dilma e Serra.

(...)

Trata-se de um fenômeno extraordinário.

Em menos de 24 horas a opinião pública brasileira joga fora oito pontos percentuais de diferença.

O que terá havido no intervalo entre o Vox e a Datafalha ?

O
ovo dirigido ao Serra no Mercado Municipal de Florianópolis ?

O processo que o
Fernando Pimentel vai mover contra ele por causa das FARC ?

A escolha do Mano Menezes ?

O Stallone ?

O William Waack ?"

In: http://www.conversaafiada.com.br/

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O que será que será?

O presidente venezuelano Hugo Chávez acaba de romper relações diplomáticas com a Colômbia após acusação de seu presidente, o direitista Álvaro Uribe, durante reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) de que a Venezuela apóia e esconde guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Não é novidade, vide Bush em 2001, que a escolha ou identificação de um inimigo externo serve para arregimentar ou dar coesão às forças internas. No caso de Uribe, em fim de mandato, é uma tentativa de permanecer relevante na política colombiana e continuar aglutinando o grupo social conservador que o deu apoio durante seu mandato.

Outro elemento depreendido da duvidosa acusação colombiana é o alinhamento com a política externa dos Estados Unidos. Os Yankees não só puseram a IV Frota em movimento no Atlântico Sul, como têm instaladas na Colômbia bases militares sobre o pretexto de combater o narcotráfico.

No Brasil, o presidenciável neoliberal José Serra fez acusações à Bolívia, de que ela permite a entrada em nosso país de grande parte das drogas ilícitas aqui consumidas. Será que ele vai sugerir bases militares do Brasil na Bolívia também? Porque, conclui Serra, o Brasil tem sido complacente com a leniência do governo boliviano com os negócios brasileiros naquele país e que é um erro o BNDES está investindo no país de Evo Morales.

Somem-se a isso as recentes declarações do vice-presidenciável na chapa de Serra, o deputado federal pela UDN-ARENA-PDS-PFL-DEM do Rio de Janeiro, Índio da Costa, mais conhecido como o famoso quem, de que o PT tem ligação com as FARC lá na Colômbia.

Levando em conta a terceira lei de Newton, a direita em nosso continente reage, não deixando dúvidas de que o atual momento político é de polarização. Há muito em jogo, já que uma América Latina majoritariamente progressista interfere positivamente em toda política internacional, apresentando alternativas ambientais, econômicas e sociais às demais partes do globo e fortalecendo os laços SUL-SUL, entre os países do hemisfério mais fragilizado na ordem capitalista.

A vitória da candidatura de Dilma Rousseff, que tem apoio declarado de Hugo Chávez, é de fundamental importância para acuar as forças neoliberais e permitir o avanço do campo democrático e popular, no Brasil e na América Latina.

É por isso que desconfio quando encontro alguém de "esquerda" concordando com o PSDB/DEMO/PPS, Veja, Globo, Estadão e Folha de SP. Ah! Esqueci do Boris Casoy que foi do Comando Caça aos Comunistas na juventude. Esse é a cara da direita.

Carta do embaixador da Venezuela ao Estadão

22 julho 2010

A O Estado de S.Paulo

Sr. Ruy Mesquita — diretor de Opinião

Sr. Antonio Carlos Pereira — editor responsável de Opinião

Sr. Ricardo Gandour — editor de Conteúdo

Senhores,

É com grande preocupação e mal-estar que a República Bolivariana da Venezuela, por meio de seu Embaixador no Brasil, dirige-se a esse jornal, de reconhecidas qualidade e tradição entre os veículos da imprensa brasileira. E a razão não é outra senão nossa surpresa e indignação com os termos e o tom de que sua edição de hoje (20/07/10) lança mão para atacar o presidente de um país com o qual o Brasil e os brasileiros mantêm relações do mais alto nível e qualidade.

O respeito à plena liberdade de imprensa e de expressão é cláusula pétrea de nossa Constituição e valor orientador do governo de nosso país. A estas diretrizes, no entanto, cremos que devam sempre estar associadas a lhaneza na referência a autoridades constituídas – democraticamente eleitas — e a plena divulgação de todos os fatos associados a uma cobertura jornalística.

Cremos descabido que um jornal como “O Estado de S.Paulo” se refira ao presidente Hugo Chávez, eleito e reeleito pelo voto livre da maioria dos venezuelanos, com o uso de termos e expressões como ”lúgubre circo de Chávez”, “autocrata”, “protoditador”, “circo chavista”, “caudilho”, “lúgubre picadeiro”, “costumeira ferocidade”, “rugiu”, “toque verdadeiramente circense da ofensiva chavista – no gênero grand guignol”.

Mais graves ainda são a distorção e ocultação de informações que maculam os textos hoje publicados.

O presidente Hugo Chávez nunca “atropelou” a Constituição Bolivariana, instituída por Assembleia Nacional e referendada em plebiscito. Ao contrário, submeteu-se, inclusive, a referendo revogatório de seu próprio mandato, prática democrática avançada que pouquíssimos países do mundo têm o orgulho de praticar.

O editorial omite que o cardeal Jorge Savino já foi convocado pela Assembleia Nacional para apresentar provas de sua campanha difamatória frente aos deputados — também democraticamente eleitos –, mas o mesmo rechaçou a convocação. Prefere manter suas acusações deletérias a apresentar aos venezuelanos e à opinião pública internacional os fatos que lastreariam suas seguidas diatribes.

Outros trechos do texto só podem ser lidos como clara campanha de acobertamento de um terrorista, como o é, comprovadamente, Alejandro Peña Esclusa: “O advogado de Esclusa assegura que o material foi plantado pelos policiais que invadiram a casa de seu cliente –- considerando o retrospecto, uma acusação mais do que plausível” (grifo nosso)

Esclusa foi preso em sua residência em posse de explosivos, detonadores e munição, após ter sido denunciado, em depoimento à polícia, pelo terrorista confesso Francisco Chávez Abarca –- este criminoso, classificado com o alerta vermelho da Interpol, foi preso em solo venezuelano quando dirigia operação de terror, visando desestabilizar o processo eleitoral de setembro deste ano.

A prisão de Esclusa ocorreu de forma pacífica, com colaboração de sua família, e segue os ritos jurídicos normais: ele tem advogado constituído, direito a ampla defesa e será julgado culpado ou inocente de acordo com o entendimento da Justiça, poder independente de influência governamental ou partidária, assim como no Brasil.

Inadmissível seria o governo da Venezuela ter permitido que um terrorista ceifasse vidas e pusesse em risco a democracia, que nos esforçamos arduamente para defender, ampliar e aprimorar em nosso país, assim como o fazem, no Brasil, os brasileiros.

O “Estado de S.Paulo” tem pleno conhecimento desses fatos, tendo inclusive recebido, em 14/07/10 a Nota de Esclarecimento desta Embaixada, a respeito do desbaratamento da operação terrorista internacional que estava em curso (cópia anexa). O responsável pela editoria Internacional, Roberto Lameirinhas, inclusive confirmou seu recebimento à nossa assessoria de comunicação.

Daí manifestarmos nossa estranheza com a reiterada negativa do jornal em dar tais informações a seus leitores. E ainda tomando como verdade declarações do advogado do referido terrorista.

Temos certeza que os senhores não desconhecem, até pela história recente do Brasil, o quão frágil pode ser a liberdade diante do autoritarismo tirano da intolerância e do uso do terror como método de ação política.

Reafirmamos que não nos cabe emitir qualquer juízo de valor sobre as opiniões político-ideológicas do jornal dirigido por V. Sas., por mais que delas discordemos. O que nos leva a enviar-lhes esta correspondência é, tão somente, a solicitação de que se mantenha a veracidade jornalística e o respeito que se deve sempre às pessoas, sejam ou não autoridades constituídas, mesmo quando o jornal as considere, de moto próprio, como seus inimigos ou desafetos.

Esta Embaixada permanece à disposição do jornal e de seus leitores, para esclarecimentos adicionais sobre quaisquer dos assuntos supracitados, bem como de novos temas julgados pertinentes e reivindica, formalmente, a publicação da presente carta, com o mesmo destaque dado ao editorial de hoje, intitulado “O lúgubre circo de Chávez”, publicado à página A3.

Atenciosamente,

Maximilien Arvelaiz

Embaixador da República Bolivariana da Venezuela no Brasil

Brasília, DF

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A culpa não foi do Dunga porque não há culpados

Não, a culpa não foi do Dunga. O futebol é um esporte coletivo, o Brasil tinha onze jogadores em campo jogando contra outros onze jogadores. A Copa do Mundo é na verdade um torneio, com apenas sete jogos nos quais tudo pode acontecer. Precisamos lembrar que não somos o único país com um bom futebol no planeta. O que cabe registrar é que a seleção brasileira, dirigida pelo Dunga, classificou-se em primeiro lugar nas eliminatórias da Copa com três rodadas de antecipação, foi campeã da Copa das Confederações e da Copa América, com aquela mesma seleção eliminada.

Cabe também registrar que o Dunga deixa como legado uma seleção que se comporta como uma equipe. Diferente de 2006 quando tínhamos um amontoado de egos afagados pela publicidade e à disposição da rede Globo. Ter comprado briga com a Globo foi outro ponto positivo para Dunga: “ou é entrevista coletiva ou não há entrevista para ninguém”. Foi um treinador escalado justamente para botar ordem na casa e o fez. Portanto, por que gastar tanto tempo procurando um bode expiatório? A culpa não foi do Dunga porque não há culpados. A pátria de chuteiras perdeu um jogo, o Brasil não perdeu a sua soberania.