Analisando friamente as disputas internas no PT da Paraíba é possível identificar ao menos duas espécies. A primeira, os tucanos-do-PT e a segunda os girassóis-do-PT. Chama atenção que para nenhuma dessas espécies o projeto nacional do partido aparece como prioritário. O que chega a ser engraçado já que é praticamente consenso na literatura política o fato de que o PT é um dos poucos partidos no Brasil que têm claramente um projeto nacional.
Mas, tucanos-do-PT e girassóis-do-PT pouco querem saber disse. Observem que em suas frágeis argumentações – sim, às vezes tentam argumentar – eles colocam sempre o projeto nacional como um elemento secundário para justificar seus acordos paroquiais.
Mas, há diferenças entre eles. Os tucanos-do-PT são mais antigos e atuam organizadamente pelo menos desde o ano 2000, quando sua referência maior, o atual senador Cássio Cunha Lima, que faz oposição ao governo Dilma (PT) ainda nem era do PSDB. Este espécie é também mais discreta, defendem o atual governo do Estado de acordo com o comportamento de seu líder maior, afinal, seu verdadeiro compromisso não é com Ricardo Coutinho (PSB) e chegam até a dizer que a política que o PSB defende agora eles já defendiam faz muito tempo. Justiça seja feita, é verdade.
Já a outra espécie, os girassóis-do-PT são radicais e barulhentos, como todo neófito recém convertido. Esforçam-se para chamar atenção do Palácio para eles. Fazem de tudo para mostrar ao rei a sua fidelidade e submissão. É compreensível, afinal, até bem pouco tempo atrás combatiam a ferro e fogo o atual governador. Latiam alto e grosso para quem agora miam fino e baixo. Quem não lembra do processo de expulsão do PT liderado por Luiz Couto contra Ricardo Coutinho?
Pois bem, essas duas espécies não abrem mão do PT, porque fora do PT perdem qualquer utilidade. Partem sempre do pressuposto que o PT está errado e não há argumentos que os convença do contrário.
Na verdade, não há acordo possível com essas duas espécies. Ou são derrotadas de uma vez por todas ou eles derrotarão o PT.