Chama atenção o apelo que o mercado publicitário faz, durante esta Copa do Mundo, da rivalidade existente no futebol entre Brasil e Argentina. São 32 países no torneio da Fifa jogando na África do Sul, porém, tem-se a impressão que estamos em guerra contra o país vizinho. Companhias telefônicas, marcas de cerveja, lojas de departamento se empenham em vender seus produtos ridicularizando ou caricaturando os argentinos. Importante frisar, não são piadas com o futebol argentino, mas, com o povo argentino.
Embora sejamos o maior país da América Latina estamos, historicamente, de costas para o continente e agachados para a Europa e América do Norte. No atual contexto de multipolaridade da política internacional é extremamente estratégica a integração dos países latino-americanos, não apenas no aspecto econômico, mas também nos aspectos político e cultural, como aponta a Unasul, por exemplo. Sem Brasil e Argentina o processo de integração regional perde relevância. A quem interessa então a promoção de rivalidade entre nossos povos?
Latino-americanos, não apenas brasileiros e argentinos, enfretam problemas com causas e conseqüências semelhantes e vivenciam atualmente uma onda democrática e progressista, podendo pender positivamente a balança global para uma alternativa de sustentabilidade e justiça social.
É triste que conheçamos tanto os nossos colonizadores culturais e nos sintamos tão distantes de nossos vizinhos. É preocupante que falemos tanto em inglês e escutemos pouco em espanhol. Somos brasileños y latinoamericanos. Hermanos, compañeros, son hermanos!